Auditoria do trabalho entrega ao MPT relatórios de fiscalização em bancos

O primeiro desdobramento prático do diagnóstico do setor bancário na Bahia, lançado em novembro deste ano, foi apresentado na manhã desta quinta-feira (21/12) ao Ministério Público do Trabalho (MPT).

Auditores-fiscais do trabalho entregaram ao procurador-chefe do MPT na Bahia, Luís Carneiro, o relatório de fiscalização em bancos no estado. Com o documento, o MPT irá instruir inquéritos para apurar as condições de saúde do trabalho no setor financeiro.

A Superintendência Regional do Trabalho (SRT) esteve representada no encontro pelos auditores Flávio Nunes, Fernando Vasconcelos e Maurício Passos. A ação dos fiscais identificou uma série  de problemas na forma de organização do trabalho nos bancos, principalmente no Banco do Brasil, no Bradesco, na Caixa Econômica Federal e no Itaú. O grande número de afastamentos do trabalho por doenças ocupacionais é o alvo da atuação integrada entre SRT e o MPT.

"O alto índice de adoecimento no setor bancário já havia sido demonstrado no estudo coordenado pelo MPT e lançado em novembro. Agora, a SRT nos apresenta elementos para que posamos transformar esses dados em investigações que poderão nos levar a propor termos de ajuste de conduta ou ações civis públicas para a regularização do meio ambiente de trabalho nos bancos", afirmou o procurador-chefe, Luís Carneiro.

"Aliado ao documento Retrato do Adoecimento do Setor Bancário na Bahia, trabalho conduzido pela procuradora regional Ana Emilia Albuquerque, temos fortes elementos para uma atuação planejada e estratégica, proporcionando resultado mais eficiente", completou. Luís Carneiro ressaltou, também, a boa relação institucional entre o MPT e a SRT.

De 2012 a 2014, o MPT recebeu 65 denúncias de assédio moral no setor e o percentual de ações individuais na Justiça do Trabalho contra bancos saltou de 2,3% do total das ações em 2009 para 4,6% em 2016. Outro dado alarmante é o crescimento na concessão de benefícios pelo INSS a bancários por acidentes de trabalho e por adoecimento, que saltaram de pouco mais de cem em 2010 para quase 900 em 2015.

Fernando Vasconcelos, Luís Carneiro, Flávio Nunes e Maurício Passos durante o encontro
Fernando Vasconcelos, Luís Carneiro, Flávio Nunes e Maurício Passos durante o encontro

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