Calabar recebe cozinha industrial para projeto de aprendizagem profissional

Uma cozinha industrial completamente equipada para as aulas do curso profissionalizante foi entregue no início da tarde desta segunda-feira (22/10) à comunidade do Calabar, bairro carente de Salvador.

No local, uma parceria do Ministério Público do Trabalho (MPT), Organização Internacional do Trabalho e Fundação José Silveira (FJS) está viabilizando as atividades do projeto Cozinha e Voz, que beneficia nessa etapa 26 jovens negros. Aulas de culinária para cozinha industrial e atividades de estímulo à cidadania e ao empoderamento estão sendo realizadas na Escola Aberta do Calabar e agora terão o espaço adequado para a parte prática.

A madrinha do projeto Paola Carosella, chef de cozinha e uma das técnicas do programa televisivo Master Chef, da Rede Bandeirantes, prestigiou a festa de entrega do equipamento, adquirido com recursos de termos de ajuste de conduta firmados pelo MPT com empresas que pagaram indenizações por terem cometido ilícitos trabalhistas. Também participou do evento a poeta e também madrinha da ação Elisa Lucinda. A solenidade ainda o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury; o procurador-chefe do MPT na Bahia, Luís Carneiro, a coordenadora nacional da Coordigualdade do MPT, Valdirene de Assis; e o diretor da OIT no Brasil, Martin Hahn, além do presidente da FJS, Geraldo Leite.

Os alunos que integram a primeira turma do projeto mostraram durante o evento que as atividades são muito mais do que a formação profissional para jovens. Grafite, teatro, poesia, música e diversas outras formas de representação da voz da comunidade foram reveladas para os presentes ao Calabar. A chef Paola Carosella, deu um recado para a turma: “Nunca permitam que ninguém, nem aqui nem durante toda a sua vida, dentro ou fora de uma cozinha, que alguém diga que você não é capaz”, sugeriu.

O procurador-geral do Trabalho ressaltou que “esse projeto é a continuidade de algo que começou lá atrás e que tem o propósito de profissionalizar ao mesmo tempo que valoriza a cultura e os valores de vocês”, explicou Fleury. Já o diretor da OIT para o Brasil reafirmou a importância da iniciativa. “Este projeto traz a possibilidade aos jovens para a promoção do trabalho decente. Nós queremos deixar o mundo cada vez melhor e não deixar ninguém para trás nesse processo”, revelou Hahn.

A coordenadora nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades no Mercado de Trabalho, do MPT, Valdirene de Assis, informou que a experiência na Bahia já é a quinta no país, sendo quatro em SSão Paulo e uma em Goiás. “Nesses estados, a ação teve como foco o público LGBTI, oferecento a transexuais a oportunidade de participação do projeto de profissionalização e ao mesmo tempo de dar voz a essa parcela da população. Aqui na Bahia os beneficiados são jovens negros de comunidades pobres”, salientou.

A procuradora regional Virginia senna, responsável na Bahia pela articulação das instituições para a viabilização do projeto se mostrou bastante entusiasmada com a possibilidade de avanço do projeto. “Tudo aqui é pensado de forma a oferecer o equipamento para a comunidade se organizar e tocar o projeto por suas próprias forças. Nosso papel é só o de viabilizar a estrutura e buscar as parcerias”, afirmou.

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