Rede de proteção leva o combate ao trabalho infantil à Feira de São Joaquim

A maior feira livre de Salvador teve uma manhã de quarta-feira diferente neste 12 de junho, quando mais de 50 integrantes da rede de proteção à infância e juventude percorreram as ruas e becos do centro de compras levando a mensagem do combate ao trabalho infantil a feirantes e clientes.

A ação faz parte das comemorações pelo Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil e buscou sensibilizar a população para a questão. Estima-se que hoje 240 mil crianças e jovens em idade escolar trabalhem em atividades ilegais para eles.

A ação foi organizada pelo Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Infantil e Proteção do Adolescente Trabalhador (Fetipa) e contou com a participação de representantes de diversos órgãos, como Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), Defensoria Pública do Estado (DPE), Superintendência Regional do Trabalho (SRT-BA), prefeitura de Salvador, governo do estado, ONGs e sindicatos. Foram distribuídos panfletos com as dez razões para uma criança não trabalhar e cataventos, símbolo da luta pela erradicação do trabalho infantil no país.

“Esse contato direto com a população, quando podemos falar e ouvir o que as pessoas pensam sobre o trabalho infantil, é a melhor forma de combater esse problema que ainda assola a infância e a juventude no Brasil e causa graves reflexos a toda a sociedade”, avaliou a procuradora regional do trabalho e coordenadora de co0mbate ao trabalho infantil do MPT na Bahia, Virginia Senna. O presidente do Fetipa, o auditor-fiscal do trabalho Antônio Inocêncio, destacou outro aspecto também importante. “A união dos esforços de órgãos públicos e da sociedade civil organizada é a chave para o enfrentamento do trabalho infantil e aqui nós estamos fazendo exatamente isso, atuando em rede”, avaliou.

Nas abordagens, muitos feirantes e clientes da feira se solidarizaram com a campanha. Foi o caso de Aureilino Ferreira, 54 anos de vida e 41 trabalhando como feirante. Ele conta que começou a trabalhar aos 13 anos por influência dos pais, mas que não repetiu isso com os filhos. “Dá para a gente fazer o ganho do dia a dia sem precisar tirar os filhos da escola e do direto de brincar como criança. O resultado é que meus filhos hoje são profissionais capacitados, com emprego fixo e com uma vida confortável”, contou. Já o presidente do Sindicato dos Feirantes de Salvador, Nilton Ávila, diz que a feira hoje tem muito pouca presença de crianças trabalhando. A preocupação maior da gente é com a exploração sexual de meninas no entorno da feira, que precisa ser combatida”, analisou.

Ação contou com distribuição de folhetos explicativos
Ação contou com distribuição de folhetos explicativos

 

Aurelino trabalhou desde os 13 anos, mas não repetiu isso com os filhos
Aurelino trabalhou desde os 13 anos, mas não repetiu isso com os filhos

 

Ação reuniu representantes de diversos órgãos públicos, sindicatos e ONGs
Ação reuniu representantes de diversos órgãos públicos, sindicatos e ONGs

 

 

 

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