Mediação entre Hygia e Sesab terá de aguardar auditoria do SUS no contrato

A solução para o impasse entre a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e o Instituto Hygia Saúde e Desenvolvimento Social no contrato de gestão da Maternidade José Maria de Magalhães Neto terá de aguardar o resultado de uma auditoria independente a ser feita elo Sistema Único de Saúde (SUS).

Enquanto não houver resposta da consulta feita pela organização social contratado pelo governo baiano para gerir a unidade de saúde, os mais de mil trabalhadores permanecem sem receber salários atrasados e verbas rescisórias devidas desde setembro do ano passado.

A mediação está sendo conduzida pela procuradora do Ministério Público do Trabalho Rita Mantovaneli, que reuniu na manhã desta terça-feira (03/07) as duas partes e cinco sindicatos que representam os trabalhadores demitidos. Na audiência, realizada na sede do MPT, no Corredor da Vitória, em Salvador. Durante o encontro, a mediadora pediu que o estado comprove o pedido de auditoria feito ao SUS e se comprometeu a entrar em contato com o órgão para obter uma previsão de conclusão do estado. A Sesab alega que só poderá disponibilizar os recursos retidos no contrato com o Hygia após esse parecer.

“Temos centenas de famílias dependendo dessa solução para receber salários e verbas rescisórias e por isso temos que nos empenhar em busca de uma solução aqui na mesa de mediação. Sem esse esforço, de nada vai adiantar levar esse caso para a Justiça”, alertou a procuradora. Ela se refere ao fato de que os cinco sindicatos que representam os trabalhadores – Sindimed, Sindfarma, SindSaúde, Sindicato dos Enfermeiros e Sindicatos dos Psicólogos – já ajuizaram ações coletivas na Justiça do Trabalho, mas só o Hygia só terá meios para pagar os valores devidos se o estado repassar os recursos retidos.

O MPT fará uma reunião em data a ser agendada com os cinco sindicatos para conhecer os detalhes dos pedidos feitos nas ações coletivas e o valor total pedido pelos trabalhadores. A procuradora acredita que os pouco mais de R$300 milhões pleiteados pelo Hygia junto à Sesab sejam suficientes para quitar os débitos trabalhistas. Para que o estado reconheça que deve este valor e possa repassá-lo ao instituto ou mesmo às contas individuais de cada trabalhador, precisa de um parecer externo que respalde a liberação do recurso, já que parte do período de prestação de serviço foi feita sem base em um contrato e sim de forma emergencial, mediante sistema de indenização. Isso ocorreu porque o contrato com o Hygia acabou antes que fosse concluída a nova licitação para a gestão da unidade de saúde.

Trabalhadores aguardam em frente ao MPT resultado de mais uma audiência de mediação
Trabalhadores aguardam em frente ao MPT resultado de mais uma audiência de mediação

Imprimir