Abertura da exposição Realidade Oculta reúne autoridades no Shopping da Bahia
A abertura da exposição fotográfica Realidade Oculta, ontem (28/01), no Shopping da Bahia, marcou o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.
A mostra fica em cartaz para visitação gratuita até dia 3 de fevereiro, na Alameda Calasans Neto, no segundo piso do centro de compras. A solenidade contou com a presença de autoridades, como a coordenadora de combate ao trabalho escravo do MPT na Bahia, a procuradora Manuella Gedeon, o secretário de Justiça do Estado da Bahia, Carlos Martins, a superintendente regional do trabalho, Gerta Schultz, além de outros membros da Comissão de Erradicação do Trabalho Escravo - Coetrae Bahia.
O trabalho escravo é uma realidade oculta que, em pleno século 21, ainda persiste no mundo. No Brasil milhares de pessoas são submetidas a condições degradantes que violam os direitos trabalhistas e ferem a dignidade das pessoas. Desde 2005, o Brasil reconhece a existência de trabalho análogo ao de escravos e mantém ações de combate a essa prática, que, além de representar uma irregularidade trabalhista, pode configurar crime.
O trabalho escravo contemporâneo é caracterizado por jornadas exaustivas, ambientes precários, trabalho forçado e servidão por dívida. Esse fenômeno social também está associado ao tráfico de pessoas, quando o indivíduo é levado do seu local de origem para outras regiões distantes, com promessas de trabalho e bons salários, mas ao chegar ao destino se depara com uma dura realidade, na qual ele tem que trabalhar para pagar uma dívida que não existe. O trabalhador é forçado a cobrir os custos de transporte, alimentação, sempre muito precária, alojamentos feitos com lona, sem água potável e sem energia elétrica. Além de tudo isso ainda paga pelas ferramentas que utiliza.
Morando em fazendas distantes e de difícil acesso, o que dificulta a fuga, os explorados perdem o contato com a família e trabalham sob ameaça de morte. Esse drama se naturaliza e perpassa por várias gerações de uma mesma família.
O combate e a erradicação do trabalho escravo devem estar na agenda dos governos, da sociedade civil organizada e de organismos internacionais de defesa dos direitos humanos.
