Procuradora abre inquérito para apurar anúncio que exigia fotos íntimas

A procuradora Letícia d'Oliveira Vieira decidiu hoje (13/01) abrir inquérito no Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia para apurar as eventuais implicações trabalhistas do anúncio postado em uma rede social que exigia fotos íntimas das candidatas a uma vaga para emprego temporário. O caso ganhou repercussão nas redes sociais por causa de uma postagem no perfil da Mega Polo Models no Facebook com o título de “Seleção de meninas para o carnaval” com exigências para que as candidatas enviassem fotos íntimas – de lingerie, calça legue e até nuas.

“Abrimos o inquérito para apurar eventuais implicações trabalhistas no caso, embora os indícios preliminares apontem para a esfera criminal pela suspeita de crime de favorecimento à prostituição”, comentou a procuradora responsável pelo caso. Ela informou que vai enviar ofício à Ministério Público Federal “tendo em vista a possibilidade de trafico internacional de mulheres em função de o anúncio ter sido veiculado na rede mundial de computadores”, completou Letícia Vieira, que acredita ser necessário preservar as empresas responsáveis pelo camarote citado no anúncio “por não haver até o momento qualquer indício de participação delas no virtual recrutamento de mulheres.”

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) também instaurou inquérito para investigar o fato. A promotora de justiça Márcia Teixeira, do Grupo de Atuação Especial em Defesa dos Direitos da Mulher, está à frente do caso. Ela foi acionada através de correspondências da Superintendência Especial de Políticas para as Mulheres, da Prefeitura de Salvador, e da Secretaria de Políticas para as Mulheres, do governo do Estado. Apesar de a postagem ter sido retirada do ar na semana passada e de o perfil ter sido apagado no fim de semana, pode ser possível identificar os autores do anúncio.

Tags: Discriminação

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