Campo Grande recebe evento de alerta sobre males do trabalho infantil

Uma grande celebração da educação, da arte da infância e da juventude marcou nesta quarta-feira o ato de combate ao trabalho infantil realizado no Campo Grande sob a coordenação do Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Infantil e de Proteção do Adolescente Trabalhador (Fetipa).

O evento contou com a participação do Ministério Público do Trabalho, que integra o fórum e foi uma das várias instituições que montaram estandes na praça. O local recebeu ainda uma ampla programação artística e cultural.

Estande do MPT
Estande do MPT
O evento marca a semana em que se discute um dos problemas mais camuflados no Brasil, principalmente na Bahia, a existência ainda hoje de um grande número de crianças e adolescentes que têm que deixar a escola de lado para ingressa precocemente no mundo do trabalho, o que tira delas perspectivas de um futuro melhor, com mais qualificação para o trabalho. “Esse é um evento importantíssimo, pois é onde parte da população pode conhecer de fato essa questão e quebrar o tabu de que trabalhar é bom para um jovem”, afirmou a procuradora regional do trabalho e coordenadora de Combate ao Trabalho Infantil no MPT na Bahia, Virginia Senna.

A presidente do fórum e promotora do Ministério Público do estado da Bahia, Andreia Ariadna, explica que “a cultura do trabalho infantil ainda é muito forte. Nós viemos de um regime de escravidão e até hoje essa ideia permanece: de que a criança tem que trabalhar para não virar bandido. Mas existem estudos com a população carcerária que revelam que a maioria dos presidiários trabalham desde cedo. Isso não é justificativa para criança começar a trabalhar”, declarou.

Com relação ao que tem sido feito na Bahia para combater esta situação, a promotora afirmou: “Na Bahia existem 12 projetos voltados especificamente para crianças vulneráveis. Em Salvador, estamos com equipe na rua, nas feiras, nos armazéns, em lugares que sabemos que é foco. Aqueles lugares como ambiente familiar, empresa familiar, que é mais difícil de se identificar o problema, pedimos que a população denuncie, no dique 100. É gratuito, e pode ser feito pelo celular também”.

Para Virginia Senna, “o trabalho infantil atrapalha o desenvolvimento físico, psíquico e social, além de alimentar o ciclo perverso de não se capacitar para ter uma profissão digna futuramente. A criança que deixa de ir à escola para trabalhar e ajudar seus pais provavelmente terá o mesmo futuro dos seus pais”, finalizou.

Apresentações marcaram toda a programação no Campo Grande
Apresentações marcaram toda a programação no Campo Grande

Tags: trabalho infantil

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