MPT capacita professores de 18 municípios sobre trabalho infantil

A erradicação do trabalho infantil por meio de ações em escolas através dos professores foi o tema da oficina realizada quinta e sexta-feira (11 e 12/05), na sede do Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia.

Os profissionais de educação que atuam em Salvador e cidades da região metropolitana se reuniram para a oficina que faz parte do projeto Resgate à Infância, conduzida pelo procurador do trabalho Antônio Lima, um dos fundadores do projeto, e que atua no MPT do estado do Ceará.

Os professores e pedagogos receberam materiais didáticos, trocaram experiências e falaram sobre a importância da atuação MPT na erradicação do trabalho infantil. O material entregue a cada profissional vai auxiliá-los na inclusão do tema em sala de aula, além de incluírem nos debates as consequências da atividade praticada por crianças. O projeto prossegue na Bahia com uma capacitação para o município de Camaçari este mês, envolvendo também políticas públicas de apoio à infância e fomento à aprendizagem profissional para adolescentes, e no início de junho, em Salvador, com capacitação específica para os professores da rede municipal.

O professor Anderson Rios Fontes, que ensina em escolas do município de Mata de São João, relatou que “hoje matricular as crianças nas escolas é a parte fácil, difícil é mente-las, e isso se dá por vários motivos, um deles é a prática do trabalho infantil”. Anderson que também é coordenador de formação continuada de professores da cidade, falou da importância do encontro com profissionais de outros municípios e relatou que muitos alunos chegam na sala de aula cansados, fruto de atividades laborais que exercem desde cedo. “O trabalho praticado pela criança traz vários problemas, e um deles é a baixa produção em sala de aula. Então é importante que o MPT realize debates como esse, para que nós enquanto professores possamos refletir sobre o assunto e saber lidar com as situações que enfrentamos a cada dia”.

Para a professora Soriana Andrade Ferraz, que atua em escolas de Salvador, a oficina é de extrema importância. Ela comentou ainda que outros órgãos poderiam realizar atividades iguais, tanto para a capacitação dos profissionais, quanto na luta pela erradicação do trabalho infantil. “Esse é um tema que já poderia ter sido abolido se houvessem políticas públicas suficientes. Como professores, não somos capazes de erradicar sozinhos o trabalho infantil, nós plantamos as sementes e lutamos o máximo que conseguimos. Por isso é importante a intervenção do MPT, que ajuda a difundir o tema, para juntos lutarmos pelo fim do trabalho infantil”.

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