Memorial do Trabalhador ganha acervo permanente sobre trabalho escravo

As faces cruéis da escravidão moderna estarão expostas a partir do fim deste mês no Memorial do Trabalhador, que funciona no prédio-sede do Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia, no Corredor da Vitória, em Salvador.

A mostra Retrato Escravo, que está em fase de montagem, reunirá fotos e documentos que traçam um panorama das ações de combate ao trabalho análogo ao de escravos no Brasil, que é hoje referência em todo o mundo. A abertura da exposição acontece dia 30 de maio de 2019, às 14h, na Avenida Sete de Setembro, 2.563, Corredor da Vitória, Salvador-BA.

O salão principal do Memorial do Trabalhador receberá a exposição integrada por acervo fotográfico impresso em material de alta qualidade, de autoria dos fotógrafos Sérgio Carvalho e João Ripper. As imagens são resultado de viagens por diversos cantos do país em inspeções de combate ao trabalho escravo. Os artistas cederam gratuitamente seus direitos autorais para o espaço, que passa a contar com mais um acervo permanente de alta qualidade e de grande valor histórico e cultural.

O mês de maio foi escolhido para a abertura da exposição porque é nele que se comemora a abolição da escravatura no Brasil. Com a abertura desse espaço permanente na primeira capital do país, onde a escravidão histórica produziu algumas de suas maiores manchas, os órgãos envolvidos com o combate ao trabalho escravo contemporâneo buscam relembrar à sociedade que anos depois, ainda há inúmeros casos de exploração de seres humanos a serem combatidos.

O Memorial do Trabalhador foi instalado em 1997, quando o Ministério Público do Trabalho na Bahia criou o seu Centro Cultural, sediado em casarão em estilo art nouveau, localizado na entrada do terreno que ocupa no Corredor da Vitória. O espaço é aberto à visitação pública e passou por uma ampla reestruturação em 2017, quando passou a funcionar efetivamente como centro de memória, abrigando exposições, recitais, lançamentos de livros e outros eventos culturais.

A iniciativa da exposição partiu da Secretaria Nacional de Proteção Global, por meio da Coordenação-Geral de Combate ao Trabalho Escravo, com intuito de resgatar a atuação histórica da política nacional de erradicação do trabalho análogo à escravidão. Participam do projeto, além do MPT, o governo federal, estraves dos ministérios da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos; e da Economia. A mostra é também conta com a parceria da Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae-BA) e do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho (Sinait). Para viabilizar a mostra, os órgãos e entidades envolvidos firmaram acordo de cooperação técnica.

Foto de Sérgio Carvalho é uma das que compõem a mostra permanente

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