Trabalho escravo é tema de exposição fotográfica no Shopping da Bahia

A exposição fotográfica Realidade Oculta – Revelando o Trabalho Escravo no Brasil estará em cartaz no espaço Calasans Neto, no segundo piso do Shopping da Bahia, a partir do dia 28 de janeiro.

A data de abertura marca o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. A mostra é uma iniciativa da Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo da Bahia (Coetrae-BA) e permanece no local até o dia 3 de fevereiro.

O acervo é composto por 16 painéis com fotografias, textos e mapas que revelam um panorama das ações de combate ao trabalho escravo no Brasil e mais especificamente na Bahia. As imagens mostram trabalhadores, incluindo adolescentes e imigrantes, submetidos a atividades desgastantes, jornadas de trabalho exaustivas, além de situações de risco à saúde. Os alojamentos são feitos com varas e cobertos com lonas, sem água potável e energia. Alguns chegam a dormir no curral junto com os animais.

As imagens mostram também como os alimentos são armazenados. É possível ver carnes expostas durante dias penduradas em varais, arrodeadas de moscas e outros insetos. Para beber, a mesma água turva que os animais tomam. Acidentes de trabalho e mutilações são outras situações reveladas na exposição.

A mostra faz parte da programação da Semana de Mobilizações para a Erradicação do Trabalho Escravo, que vai de 28 de janeiro a 3 de fevereiro. Durante esse período, outras ações, como palestras, campanhas nas redes sociais através de imagens e vídeos, serão desenvolvidas com o intuito de alertar para a gravidade do fato de ainda haver escravidão em pleno século 21.

Artistas e personalidades envolvidos com a causa pela erradicação do trabalho escravo farão manifestações em redes sociais durante a semana de mobilizações. As ações são desenvolvidas pela Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo – Coetrae Bahia e pelo Grupo de Articulação para Erradicação do Trabalho Escravo na Bahia (Gaete). As duas instituições congregam os diversos órgãos públicos e entidades comprometidos com as ações de combate ao trabalho escravo.

Assim como a Superintendência Regional do Trabalho da Bahia, órgão onde atuam os auditores-fiscais do trabalho, responsáveis pela identificação das irregularidades, há também os órgãos de atuação judicial, como Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública da União. A articulação para o amparo social das vítimas e a prevenção contam com as Secretarias de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) e do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), ambas do governo estadual, além dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) dos municípios. Outros parceiros importantes nas ações de resgate e para garantir a segurança dos agentes públicos são a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Federal. 

 

Trabalhadores em situação subumana na lavoura a cana
Trabalhadores em situação subumana na lavoura a cana

 

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