Inspeção revela falta de condições de trabalho no Samu de Feira de Santana
Inspeção conjunta realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo Ministério Público do Estado (MP-BA) revelou uma série de falhas nas condições de trabalho no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Feira de Santana.
A ação foi realizada nessa quinta-feira (23/05) na sede da unidade, no bairro Estação Nova, e seus resultados vão servir para instruir ação judicial que o MPT move contra o município relativa a condições de trabalho nas unidades de saúde. Como os problemas relatados em uma série de denúncias também acarretam prejuízos à população atendida, o MP estadual também está colhendo informações.
Embora o relatório final da inspeção ainda dependa do envio e análise de documentos solicitados à coordenação do Samu, uma série de irregularidades que vinham sendo constantemente denunciadas por sindicatos dos profissionais de saúde, dos enfermeiros e dos médicos pôde ser constatada durante a visita ao local. Além problemas com as ambulâncias e a falta de equipamentos de proteção individual, foram identificadas falhas no prédio que abriga a central do serviço. Durante a inspeção, foram feitas recomendações para correção das irregularidades, mas o relatório final deverá apontar uma lista de itens essenciais a serem apreciados pela gestão municipal.
Chamou a atenção que os extintores de incêndio estão vencidos há quatro anos, mesmo tendo ocorrido um incêndio no prédio há cerca de um ano. Nesse sinistro, inclusive, as salas de descanso usadas para repouso dos plantonistas foram completamente destruídas. Em uma pequena reforma recente, os dois espaços, um masculino e outro feminino, foram recuperados, mas apenas o masculino recebeu algum mobiliário. Hoje quem trabalha lá não conta com local adequado para descanso. Além disso, se ocorrer outro incêndio, todos estarão em sério risco.
O estado das ambulâncias – nove no total, sendo duas equipadas para atender casos de alta complexidade – é outro ponto preocupante. Devido à falta de um contrato para manutenção preventiva, os veículos têm apresentado problemas com frequência, como um pneu estourado e uma pane do motor durante atendimentos. A falta de macacões, que são o fardamento e ao mesmo tempo equipamento de proteção individual das equipes de atendimento também é outro item preocupante. A inspeção ainda vai verificar a condição da água usada no prédio, que é de um poço artesiano, além de outros itens que precisam ser comprovados por documentos solicitados durante a inspeção.
