Antonio Risério faz palestra quinta no MPT no projeto Teoria do Brasil
O antropólogo, poeta, novelista, crítico da cultura, ensaísta, compositor e tradutor Antonio Risério será o próximo expositor na série de debates promovida pelo Centro de Estudos jurídicos do MPT na Bahia (Cejur) dentro do Projeto Teoria do Brasil.
Ele estará na sede do Ministério Público do Trabalho (MPT) nessa quinta-feira, dia 14, às 17h, para debater com servidores, procuradores, estagiários e demais colaboradores interessados na obra “A utopia brasileira e os movimentos negros”, publicada por ele em 2007. A atividade integra o projeto Teoria do Brasil, que vem promovendo encontros para apresentar e debater obras fundamentais para a compreensão da nossa brasilidade.
O evento é restrito a procuradores, servidores, estagiários e pessoas interessadas em debater a obra do autor baiano. Essa é a terceira edição do projeto, que já teve debates sobre Casa Grande e Senzala e sobre Raízes do Brasil, sempre trazendo para o MPT estudiosos de obras de grande relevância para a formação da identidade nacional. A coordenação do projeto é do procurador do trabalho e professor universitário Pedro Lino de Carvalho Júnior, que desta vez convidou o próprio autor da obra a ser debatida para conduzir o evento.
Em “A utopia brasileira e os movimentos negros”, Risério examina, sob diferentes ângulos, os mais variados aspectos relacionados ao tema, como as enormes diferenças da questão racial no Brasil e nos Estados Unidos; a influência africana em nossa história e cultura, da língua à literatura, da culinária ao urbanismo, da religião à música e ao cinema; a mestiçagem e o sincretismo como traço e valor do modo de ser brasileiro, e os movimentos negros na história do Brasil, desde a luta contra a escravidão até os atuais debates sobre cotas e ações afirmativas.
Na “orelha” do livro, comentou Eduardo Giannetti: “Risério nos fala de um Brasil altivo e aberto ao mundo, enfim curado da doença infantil-colonial do progressismo macaqueador e seu avesso – o nacionalismo tatu. De um Brasil que trabalha (o suficiente) mas nem por isso deixa de transpirar libido e alegria de viver por todos os poros. Um Brasil, em suma, capaz de apurar a forma da convivência sem perder o fogo dos afetos. Uma nação que se educa e civiliza, mas mantém a chama da vitalidade iorubá filtrada pela ternura portuguesa. Uma nação que poupa e investe, mas nem por isso abre mão da disponibilidade afro-indígena para a alegria e o folguedo. Tupi and not tupi. Um Brasil feliz.”
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