MPT investiga vereador gaúcho que ofendeu baianos por apologia ao trabalho escravo

O Ministério Público do Trabalho (MPT) no Rio Grande do Sul abriu investigação contra o vereador Sandro Fantinel, que promoveu discurso xenofóbico contra baianos ao comentar o resgate de mais de 200 trabalhadores em situações análogas a de escravidão em Bento Gonçalves (RS).

No pronunciamente, ele culpabilizou as vítimas pela situação, além de promover xenofobia contra trabalhadores da Bahia. Em sua fala, o vereador sugeriu que os empresários do setor agrícola não deveriam contratar “aquela gente lá de cima, povo que vive na praia tocando tambor, acostumado com carnaval e festa”.

Na última semana, operação conjunta do Ministério Público do Trabalho, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-RS), da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Federal e da Secretaria de Assistência Social do município de Bento Gonçalves retirou 207 trabalhadores de situação análoga a de escravidão, a maioria (197) trabalhadores baianos trazidos para colheita da uva.

Para o procurador do trabalho e vice-coordenador nacional de erradicação do Trabalho Escravo no MPT, Italvar Medina, “a fala minimiza, indevidamente, a extrema gravidade da escravidão contemporânea, busca culpabilizar as próprias vítimas pelos ilícitos sofridos, tem conteúdo preconceituoso e, para piorar, estimula a discriminação nas relações de trabalho, em ofensa à Constituição da República, à legislação e a compromissos internacionais assumidos pelo Brasil”.

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