Rodoviários entregam pauta ao MPT e pedem apoio para negociações
Em campanha salarial, o Sindicato dos Rodoviários apresentou na tarde desta terça-feira (28) ao Ministério Público do Trabalho (MPT) a pauta de reivindicações que tenta negociar com os empresários do setor de transportes urbanos de Salvador.
Como o entendimento entre as partes não vem evoluindo, na avaliação da entidade, a diretoria cogita a possibilidade de dar entrada num pedido de mediação para que o MPT auxilie as duas partes a chegar a um acordo. O presidente do sindicato, Hélio Ferreira, acompanhado do advogado da entidade, Gabriel Carballo, foi recebido pelo procurador-chefe Alberto Balazeiro, e pelo coordenador de 1º Grau, Bernardo Guimarães.
Após apresentar um relato do processo de negociação, que segundo o representante dos rodoviários permanece travado pela inexistência de contraproposta patronal, “o que é uma prática recorrente do Setps [Sindicato das Empresas de Transporte Público de Salvador] em todas as negociações coletivas, deixando para o último momento a apresentação de contrapropostas”, Hélio Ferreira entregou aos procuradores uma cópia da pauta. Balazeiro fez questão de questionar se nela haveria alguma referência à questão da jornada de trabalho, já que a legislação estabelece a necessidade de inclusão de descanso dentro da jornada, o que é defendido pelo MPT, mas enfrente resistência dos trabalhadores.
“As jornadas excessivas são uma das grandes mazelas dos rodoviários e são causa de muitos acidentes e de adoecimentos. A lei anterior criava mecanismos para regular essas jornadas, mas havia dificuldade de implementá-la. Agora, a lei se ajustou à realidade e tornou-me mais flexível, permitindo situações como pessoas dirigindo veículos de passageiros ou de carga por até 12 horas seguidas”, avaliou Balazeiro, para quem, no entanto, a lei deve ser cumprida. Temos que fazer com que a lei seja cumprida, mesmo que inicialmente haja resistência por parte de trabalhadores por causa do costume, da cultura. Mas é preciso evoluir sempre em questões de segurança e saúde no trabalho”, defendeu.
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