MPT inspeciona centrais de reciclagem nos circuitos do Carnaval de Salvador

O Ministério Público do Trabalho (MPT) participou nesta quarta-feira (26/02) da inspeção das centrais de coleta e reciclagem montadas nos dois principais circuitos do Carnaval de Salvador.

A ação também contou com a participação do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) e da empresa Solos, responsável pela estrutura que abriga as cooperativas de catadores. O objetivo é avaliar a montagem dos espaços e apontar os ajustes necessários.

A iniciativa faz parte do projeto MPT no Carnaval de Salvador, que busca melhorias nas condições de trabalho dos catadores, além de atuar em outras frentes como a proteção de cordeiros, ambulantes e o combate à exploração infantil. O MPT tem promovido audiências e reuniões para estruturar avanços no setor, reunindo representantes do poder público, cooperativas, patrocinadores e demais envolvidos na organização da folia. “Estamos buscando consolidar os avanços de anos anteriores e construir caminhos para que possamos continuar melhorando as condições de trabalho no Carnaval”, afirma a procuradora Adriana Campelo, coordenadora do projeto que participou junto com um perito do MPT da inspeção.

O Carnaval de Salvador conta com 11 centrais de reciclagem distribuídas nos três circuitos oficiais da festa e no bairro do Nordeste de Amaralina. Durante a inspeção desta quinta-feira (26/02), sete unidades foram visitadas: Viaduto do Campo Grande, sentido Vale do Canela, Ladeira da Montanha, Estacionamento do prédio Nau Barra, na Rua Miguel Burnier, Rua Carlos Chiaccio, Barra, Rua Nossa Senhora de Fátima, Ondina e Rua Nossa Senhora de Fátima, Ondina.

Além dessas, há outras quatro centrais de reciclagem instaladas nos seguintes locais: Avenida Almirante Marques de Leão, Barra (em frente ao BB Estilo); Rua Gamboa de Cima, Campo Grande (ao lado do Forte São Pedro / Praça da Aclamação); Rua Direta da Piedade, Politeama (próximo ao viaduto do Politeama e Orixás Center) e Rua Reinaldo de Matos, no circuito Mestre Bimba (Nordeste de Amaralina, próximo à delegacia no fim de linha).

Desde 2017, o MPT vem articulando esforços para garantir melhores condições de trabalho para os catadores, defendendo que as empresas assumam a responsabilidade pelos resíduos gerados e custeiem a estruturação do serviço. Como resultado desse diálogo, patrocinadores do evento passaram a custear a operação das cooperativas, garantindo que os trabalhadores tenham acesso a espaços adequados, equipamentos de proteção e suporte para suas atividades.

Este ano, a exigência de que os camarotes dos circuitos contratem cooperativas para a gestão de resíduos ganha ainda mais força, assegurando que os catadores trabalhem de maneira mais organizada e segura. “Nosso principal esforço é consolidar o entendimento de que toda empresa é responsável pelos resíduos que gera e que, por isso, cabe a elas custear o trabalho dos catadores, por meio da oferta de infraestrutura”, destaca Adriana Campelo.

Nos circuitos, as cooperativas contam com apoio da prefeitura e do governo estadual, além de infraestrutura financiada pelos patrocinadores. As 11 cooperativas que atuam junto ao município operam em espaços reservados, com banheiros, áreas de descanso e locais seguros para armazenamento dos materiais coletados. Já os catadores avulsos recebem equipamentos de proteção e suporte operacional da prefeitura. O governo do estado também mantém um programa semelhante, atendendo quatro cooperativas.

Centrais foram montadas nas áreas da festa para acolher com dignidade trabalhadores como ambulantes, catadores e cordeiros
Centrais foram montadas nas áreas da festa para acolher com dignidade trabalhadores como ambulantes, catadores e cordeiros

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